Tenho usado muito no meu cotidiano uma ideia que chamo de “eu imaginário”. Quando o medo é a base das ideias de uma pessoa, é como se houvesse uma dependência do mundo exterior e do contexto que a rodeia. Assim é um “eu” que imagina o que o outro imaginará como ela se sente; um “eu” que imagina como a outra pessoa espera que ele deveria se comportar, por isso chamo de “eu imaginário”.
Agora eu gostaria que você refletisse um pouco na resposta da seguinte pergunta:
Quem sou eu?
A pergunta parece simples, mas é bem complexa. Você consegue responder à pergunta para você mesmo?
A ideia do “eu” vai se tornando complexa à medida que vamos refletindo, pois, cada indivíduo possui papéis sociais, sentimentos e fica cada vez mais difícil determinarmos a resposta.
O “eu” está dentro de um mundo interno e o que sentimos quer sair, o sentir é para fora não para dentro. Nós sentimos dentro, mas a expectativa, a vontade e o desejo são em relação a algo. Tudo que você sente, quer relacionar com quem está fora ou com o que está fora.
Você relaciona o “eu” interno com o mundo externo, e aqui começa o nosso conflito. Começa a se formar o “eu” verdadeiro e o que eu chamo de “eu imaginário”.
O mundo externo funciona de fora para dentro, são todas as forças externas que se relacionam conosco, então temos um encontro de forças entre o interno e o externo.
O “eu imaginário” imagina como ele vai lidar com o mundo externo. Ele pré-julga, pressupõe a situação e acredita que tem as respostas diante do que acontece.
O “eu imaginário” reage, ele vê uma coisa acontecer no mundo externo e imediatamente começa a ter uma reação, uma resposta a uma ação externa.
Sabe quem vai embora quando entendemos a realidade?
O “eu imaginário”, pois paramos de imaginar para passarmos a constatar a realidade. Como o que imaginamos é uma ilusão, as nossas conclusões são precipitadas e distorcidas.
O “eu imaginário” está sempre reagindo, e reage à própria ilusão. A pessoa com baixa autoestima, com insegurança, com medo, está sempre preocupada com a opinião dos outros e por causa dessa preocupação ela cria ilusões e tenta achar soluções para o que não é real.
Se seu mundo externo se apresenta de modo maior que seu mundo interno, você vai sentir uma pressão de forças externas. E a pessoa que tem a fragilidade e vulnerabilidade emocional, se fecha. Ela vai se fechando, e se isola, começa a limitar suas relações sociais, começa uma tristeza sem entender o porquê, ela vai sendo opressa pelas forças externas e não sabe qual é a realidade, assim cria as ilusões que vão oprimi-la e frustrá-la. E esse é o mecanismo de funcionamento do nosso cérebro, pois sempre vamos criando estratégias de enfrentamento.
Alguns indivíduos estão sempre pensando no futuro ou no passado, mas a única coisa que temos de realidade é o momento presente.
Você quer fortalecer o seu “eu” interno?
Comece a viver no presente, pois é o único momento em que temos oportunidade para fazermos algo a partir de quem somos.
Se quer criar uma mudança, se quer melhorar algo na sua vida, comece a pensar em você primeiro porque se você não se conhece como vai resolver um problema de fora?
Precisamos começar primeiro por nós. E a partir do fortalecimento do “eu”, da diminuição de expectativa e fortalecimento da sua identidade, você começa a agir.
O que é o agir?
Agir é decidir conscientemente a partir do que acredita, de quem você é. Tudo começa em nós mesmos. Ao invés de você reagir ao mundo externo, comece a agir a partir dos seus valores, de quem você é, do que faz sentido para você.
Quando você começa a agir, você movimenta o mundo e não é o mundo que movimenta você.
Claro que existem contingências, e que existe um mundo externo a nós, mas precisamos criar a oportunidade, nós precisamos nos movimentar.
Quando nosso mundo interno é maior que nosso mundo externo, sentimo-nos fortes, seguros, começamos a sentir autoestima, conseguimos entender que como indivíduos podemos ser fortes o suficiente em nós, de quem nós somos, e assim conseguimos lidar e nos relacionar com o externo. E a partir disso não somos mais refém do mundo externo.
Temos que parar de sermos reféns do mundo externo, temos que criar as nossas oportunidades. Primeiro temos que ter a habilidade, a atitude e isso diz respeito ao que está em nós, não fora. Vamos treinar para ficarmos fortes emocionalmente.
Eu gostaria de sugerir que você refletisse entre o reagir e o agir, preste atenção se você está reagindo ou agindo.
Se você começar a agir ao invés de reagir, perceberá uma mudança poderosa porque você passará a ter controle de quem é, você terá um maior controle e domínio das suas emoções.
Se você estiver reagindo, pare, dê um passo para trás e pense assim: “Qual é a melhor ação que posso ter para melhorar o meu contexto, a minha vida agora?”.
O agir nos dá força porque ele vem de dentro. Para agir precisamos estar em nossa verdade, fazermos o que faz sentido, estarmos alinhados conosco mesmo.
Saia do “eu imaginário”, pare de imaginar.
Precisamos de pessoas fortes que possuem uma boa autoestima, que tomam boas decisões e que não são levadas por qualquer conversa.
Vamos ter senso crítico, uma boa autoestima e não vamos aceitar qualquer coisa.
Você está na arquibancada só observando a vida passar ou está em campo de fato fazendo acontecer?
Fazer isso é difícil, a vida é complicada. Por isso gosto da metáfora de que se a vida é como o mar, nós somos navegantes. Às vezes as ondas estão turbulentas, às vezes estão calmas. Depois da tempestade sempre há um momento de tranquilidade, então comece a agir.
Aja por você, para você e para quem você gosta e está à sua volta.
Agir é uma ação necessária, é uma atitude, uma postura que pode ser treinada no dia a dia. Continue a agir mesmo com desânimo e apesar das contingências.
[…] Como as questões do mundo externo são dele próprio não é a sua realidade, muitas vezes você se torna um pensador do “eu imaginário”. […]
[…] do seu tempo depende da sua visão de mundo e de como você pensa o seu entorno. Não entre no “eu imaginário” de que você precisa ser aceite. A vida é feita de posicionamentos, posicione-se a partir do que […]