Como me tornei uma pessoa ansiosa

Lembro-me de que quando eu era criança um dos apelidos que me chamavam era “ligeirinho”, referência a um desenho animado da época. 

Hoje, entendo que esse apelido era um reforço positivo do meu comportamento. Por outro lado, lembro também que eu era uma criança insegura, em função de uma educação super protetora alinhada a uma educação castradora; e como consequência a ansiedade e a impulsividade se tornaram comuns, em meu comportamento.

Ao longo da vida fui percebendo perdas e ganhos com esse jeito de ser. A minha ansiedade me fazia resolver as coisas rapidamente. O interessante é que isso me dava uma sensação de produtividade e era elogiado no trabalho, pois eu “dava” resultado. Minha insegurança me levava a querer agradar a todos e eu não falava “não” para ninguém, e enquanto os outros ficavam satisfeitos, eu ficava sobrecarregado.

Esse contexto se tornou um ambiente favorável com custo alto para mim. Muitas dores de cabeça, palpitação, insônia, sudorese, cansaço, estresse e outras sensações que eu atribuía ao trabalho e isso era considerado normal entre os amigos. Afinal, trabalhar tem que ter sacrifícios.

Em meus anos de terapia entendi que, na verdade, eu era uma pessoa ansiosa e que aquilo estava fazendo muito mal para mim. Precisei me autoconhecer, primeiro para entender que eu estava em sofrimento e que aquelas sensações não eram normais, depois compreendi os gatilhos emocionais que disparavam minha ansiedade e por último suas consequências. 

Precisei fazer um mergulho profundo em minha infância e em minha juventude para entender todo o processo e como ele se instalou e em seguida foi possível ressignificar aqueles reforços do meu comportamento para ter uma vida mais autocentrada.

A ansiedade pode ser um transtorno severo, mas com ajuda adequada é possível ser administrada e a pessoa terá como melhorar a sua qualidade de vida.

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