Quando penso em apego, me vem à mente a ideia de uma vinculação. Uma pessoa apegada significa uma ligação afetiva em relação a alguém ou a alguma coisa.
Quando o apego é uma vinculação de carinho ou gosto não há problema nenhum. Sou apegado, ou seja, estou vinculado emocionalmente à algumas pessoas, mas não sou dependentes delas, vivo minha vida bem, e escolho conviver com a companhia de determinadas pessoas. Posso, inclusive, ser apegado a coisas, e até aí tudo bem. Adoro meus livros, meus discos (isso é antigo, não é?) e tudo bem também. Não há problema algum em ter vínculos, pelo contrário, vínculos fazem parte de nossa existência desde a infância é um processo natural.
Para a criança, o vínculo com os pais é essencial para o desenvolvimento de sua segurança e saúde emocional. A criança, nos primeiros anos de sua vida, necessita de cuidados contínuos e os cuidadores serão como espelhos. E os modelos serão fundamentais e integradores da subjetividade do indivíduo. Modelos positivos e estáveis tendem a promover indivíduos com confiança e segurança e o contrário levará à insegurança e dependência.
Indivíduos inseguros e dependentes precisam de “muletas” emocionais e criam estratégias a fim de se sentirem um pouco melhores. Daí originam-se vários comportamentos e estratégias emocionais de dependência, ou seja, neste ponto, o apego passa a ser uma relação negativa, entre o sujeito e o objeto de desejo. Desta forma, podemos compreender comportamentos de consumismo, de dependência, de acúmulo. E quando houver necessidade de separação, ela se tornará algo dificílimo, doloroso e angustiante.
O limite entre o apego afetivo e o doloroso é determinado pelo grau de maturidade do indivíduo. Pessoas imaturas e egocêntricas terão dificuldade na hora de qualquer separação, enquanto sujeitos maduros lidarão com resiliência.