O dia que minha psicóloga me ensinou o que é fuga emocional.
Em 1998, eu fazia terapia em função de descontentamento com algumas questões pessoais.
Ana Lúcia, a psicóloga que me acompanhava, um dia me disse: “você está fugindo do enfrentamento dos seus problemas e distraindo sua mente para não olhar para onde você deveria estar olhando”.
Como assim?
Então, ela me explicou:
“Você já prestou a atenção no comportamento das pessoas quando estão na Blockbuster Inc.?” (Locadora de filmes muito famosa nos anos de 1990); e continuou… “Veja só, algumas pessoas locam 5, 6, até 10 filmes para assistir em um fim de semana. Considerando o tempo de 1h30 em média de cada filme, para assistir a todos os filmes são necessárias 7h30. Observe também os títulos dos filmes que mais são locados: aventura, romance e comédia. Por aí, percebemos como algumas pessoas buscam um entretenimento leve, que seja um passatempo, no qual elas se projetam, em uma imersão, para estarem bem longe de seus problemas. E eu acredito que você está fazendo isso.”
Naquele dia, aprendi como um comportamento aparentemente inofensivo pode representar algo danoso à saúde emocional. Ao me colocar longe das minhas angústias e atribuindo meus problemas aos outros e consequentemente não encarando o que está acontecendo, determinará a manutenção das sensações de frustração, descontentamento e outras sensações negativas.
O objetivo aqui não é ser contra o lazer e o entretenimento; o que está sendo refletido é como lidamos com nossas angústias e aflições.
O equilíbrio emocional vem de escolhas equilibradas nas várias áreas da vida, e para isso precisamos de organização, análise e compreensão do momento que estamos vivendo. Precisamos fazer o que tem que ser feito, criar estratégias válidas de enfrentamento e evitar as escolhas que nos distraem e nos afastam do que deve ser feito.
Atualmente assistimos séries; o que precisamos saber é se é por diversão. Se for está tudo bem, mas se for por fuga, neste caso, precisamos analisar do que estamos fugindo.
